TEATRO SANTA ROZA-JOÃO PESSOA-PB

 

O Teatro Santa Roza é o mais antigo da Paraíba e o quinto do Brasil. Inaugurado em 3 de novembro de 1889, recebeu o sobrenome do então presidente da Paraíba, Francisco da Gama Roza. Foi palco de importantes acontecimentos artísticos e históricos do estado. A sua construção foi oficialmente iniciada em 2 de agosto de 1852, através da Lei Provincial Nº 549, durante o governo de Francisco Teixeira de Sá.

 

 

O espaço foi inaugurado no dia 3 de novembro de 1889, com a apresentação do drama “O Jesuíta ou O Ladrão de Honra”, de Henrique Peixoto. Doze dias depois da abertura do teatro, foi proclamada a República no país e Francisco da Gama Roza perdeu seu mandato, sendo o último presidente do Império no estado. O edifício, voltado para o Sul, está situado no antigo Campo do Conselheiro Diogo, hoje, Praça Pedro Américo no Centro de João Pessoa. O Teatro que tem 412 assentos é um monumento representativo da arquitetura civil de seu tempo, tem estilo neoclássico com influência greco-romana. Para a construção das paredes foram utilizadas pedras calcárias e, para os camarotes e revestimento interno, madeira nobre do tipo Pinho de Riga.

 

 

Palco de acontecimentos históricos – Foi no Santa Roza, em uma assembléia, que formularam a bandeira da Paraíba, com suas cores em preto e vermelho e o nome “Nego”. O local também foi palco, em 4 de setembro de 1930, de uma tumultuada e histórica sessão da Assembléia Legislativa da Paraíba, onde mudaram o nome da capital de Parahyba, para João Pessoa, através do decreto de lei Nº 700, em homenagem ao então presidente do estado assassinado em 26 de julho daquele ano. O teatro também é conhecido pelas diversas lendas que rondam o seu interior. A mais famosa das histórias ocorreu em 12 de junho de 1900, quando o mágico sueco Jau Balabrega e seu assistente Lui Bartelle morreram durante um malsucedido ensaio da “Dança das Serpentinas”, que seria apresentada naquela noite. O projetor movido a querosene, em precário estado, explodiu no colo de Balabrega. Conta-se que os fantasmas dos dois vagam pelo prédio. Também fala-se sobre os porões da casa, onde, antigamente, escravos eram torturados e executados e mulheres eram violentadas. Não há comprovação oficial sobre esse contos e aparições.

 

 

Rosa com “S” ou “Z” – Uma outra polêmica envolve o nome do teatro, devido ao uso das letras “S” e do “Z” na grafia da palavra Roza. Uns defendem que deve continuar com Z por ter sido uma homenagem ao então governador Francisco da Gama Roza e outros, com S, a forma etimologicamente correta, proveniente do latim rosa. Na fachada do prédio, a denominação Theatro mantém a origem grega desse termo. Em 2 de dezembro de 1998, o Teatro Santa Roza foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), conforme o decreto Nº 20/36. É considerado um ícone da Paraíba e está vinculado a Fundação Espaço Cultural (FUNESC), sob responsabilidade do Governo do Estado.

 

O espaço passou por diversas intervenções, mas sempre com a preocupação de conservar o estilo original. Na mais recente, iniciada em 2012, diversas obras foram executadas, como a recuperação da cobertura, o polimento do piso em taco de madeira, a restauração e substituição de janelas e portas, assim como da fonte lateral, a modernização da instalação de prevenção e combate a incêndio, desenvolvimento de um novo projeto de iluminação da fachada e do entorno do teatro, entre outras melhorias. Os trabalhos na edificação foram concluídos em 2016. O Teatro Santa Roza recebe espetáculos teatrais, de dança, música, consertos, recitais, entre outros. Em sua história, importantes peças paraibanas foram estreladas em suas dependências.